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    Era uma vez em Tóquio

    Valores sociais da comida e dos comensais

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    Era uma vez em Tóquio

    Produção
    Japão / 1953
    Direção 
    Yasujiro Ozu

    Sinopse do filme

    Um casal de idosos deixa sua filha no campo para visitar os outros filhos em Tóquio, cidade que eles nunca tinham ido. Porém os filhos os recebem com indiferença, e estão sempre muito atarefados para terem tempo para os pais. Apenas a nora deles, que perdeu o marido na guerra, parece dar atenção aos dois. Quando a mãe fica doente, os filhos vão visitá-la junto com a nora, e complexos sentimentos são revelados.

    Era uma vez em Tóquio: valores sociais da comida e dos comensais

    A mesa: aquela que nos confere Humanidade

    A mesa é o lugar de reunião, de troca linguageira e afetiva; é o lugar em que o cotidiano se ressignifica para se tornar possível viver mais um período de individualidade, até que chegue o momento de se reunir novamente ao redor daquele móvel, que, longe de ser somente um móvel, atinge um simbolismo que o faz superar a condição física. Essa mesma mesa-lugar, onde os comensais se reúnem não só para comer, mas para compartilhar a condição humana, estabelecer as hierarquias sociais, refletir e se espelhar num rapport para a apreensão e manifestação dos códigos que nos permitem viver em sociedade, medeia o concreto do alimento com o símbolo a ele relacionado.

    Ela é elemento de transposição, posto que nos desloca do denotativo, aquilo que se tem por concreto, ao conotativo, aquilo que, não se podendo dar conta com a pcapacidade que nos dá humanidade, que nos diferencia de outros animais: somos seres capazes de fazer associações, a partir do alimento, com lugares, tempos, outros gostos, cheiros e sentimentos variados.”

    "O cinema transpassa barreiras culturais. A noção normalizada de tempo e lugar se desconstrói diante da tela, posto que a linearidade temporal do filme, ao se legitimar pela aceitação do espectador com relação a um tempo cinematográfico próprio, ganha novas dimensões. Além disso, o espaço se ressignifica aos olhos desse mesmo espectador, que faz a recepção de uma dimensão espacial, mesclada à dimensão onírica que concebe para a arte."

    Capítulo A COMIDA É PRA QUEM? Os valores sociais da comida e dos comensais em Era uma vez em Tóquio
    Francisco Romão Ferreira, Ronaldo Gonçalves de Oliveira e Shirley Donizete Prado
    Do livro Consumo, Comunicação e Arte, Série Sabor Metrópole, vol. 3.

    Sugestões de leitura

    A religação dos saberes: o desafio do século XXI | Edgar Morin

    MORIN, E. . Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.

    Cinema: tempo, memória, análise | Jorge Seabra

    SEABRA, J. Cinema: tempo, memória, análise. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2014.

    O cinema ou o homem imaginário: ensaio de antropologia sociológica | Edgar Morin

    MORIN, E. O cinema ou o homem imaginário: ensaio de antropologia sociológica. São Paulo: É Realizações, 2014.

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