Filmes em debate

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    Filhas do vento

    Comensalidade e racismo

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    Filhas do vento

    Produção
    Brasil / 2005
    Direção 
    Joel Zito Araújo

    Sinopse do filme

    Numa pequena cidade em Minas Gerais as irmãs Maria "Cida" Aparecida (Taís Araújo) e Maria "Ju" da Ajuda (Thalma de Freitas) têm objetivos bem distintos. A primeira quer se tornar uma famosa atriz e para isto é imperativo que deixe o lugarejo, já a segunda só pensa em namorar. Vivem com Zé das Bicicletas (Mílton Gonçalves), o pai delas, que foi abandonado pela mulher e é muito rigoroso com o comportamento das filhas. Quando ele acusa injustamente Cida de estar se envolvendo com Marquinhos (Rocco Pitanga), o namorado de Ju, ela fica tão magoada que deixa a cidade e vai para o Rio de Janeiro na esperança de ser atriz, e consegue. A vida de cada irmã seguiu seu curso e elas ficam sem se falar por mais de 4 décadas. Com a morte de Zé das Bicicletas, Cida retorna para a sua cidade natal para o enterro do pai. O encontro dela com Ju será inevitável, mas elas têm muita mágoa uma da outra e talvez seja difícil resolver 40 anos em alguns dias.

     

    FontE: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-202122/

    Filhas do vento: Comensalidade e racismo

    O trabalho de Joel Zito fez de sua ficção um panteão da teledramaturgia negra e da luta antirracista

    Os diferentes momentos da comensalidade em família, em que o sentar à mesa está sempre presente, seja na proximidade do fogão a lenha, seja ao ar livre, são momentos de celebração dos laços de parentesco e da instância primordial para o estabelecimento de fronteiras e papéis sociais.

     

    No universo representacional escasso para se referir sobre a família negra, no mito de sua negação através das novelas e da retórica da comunidade imaginada, as situações de comensalidade em Filhas do Vento apresentam três modelos de referência: a família patriarcal com ausência da mãe, situada no universo imaginário de Zé da Bicicleta; a família matrifocada, constituída pelo exemplo de Dona Ju, contraposto ao de Cida; e a crise da família na perspectiva de Selma. Em todos os casos, as fronteiras dos papéis das mulheres são discutidas num contraponto ao silêncio e ao modelo do casamento interétnico que serviu de paradigma para o mito da democracia racial.

    "A narrativa cinematográfica de Filhas do Vento tem na comensalidade um dos lugares centrais para elaborar os papéis e sentidos da família negra."

    Capítulo FAMÍLIA E COMENSALIDADE EM FILHAS DO VENTO: luta antirracista na teledramaturgia brasileira
    Roberto Carlos da Silva Borges e Samuel Silva Rodrigues de Oliveira
    Do livro Cinema e Comensalidade 2 Série Sabor Metrópole, vol. 8.

    Sugestões de leitura

    A negação do Brasil. O negro na telenovela brasileira | Joel Zito Araújo

    ARAÚJO, J. Z. A negação do Brasil. O negro na telenovela brasileira. São Paulo: SENAC, 2000.

    A Invenção do cotidiano: 2 morar, cozinhar | Michel Certeau, Luce Giard, Pierre Mayol

    CERTEAU, M.; GIARD, L.; MAYOL, P. A Invenção do cotidiano: 2 morar, cozinhar. Petrópolis: Vozes, 2005.

    Pureza e Perigo | Mary Douglas

    DOUGLAS, M. Pureza e Perigo. São Paulo: Perspectivas, 2012.

    Bagagem | Adélia Prado

    PRADO, A. Bagagem. Rio de Janeiro: Record, 2011.

    A distinção: crítica social do julgamento | Pierre Bourdieu

    BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo/Porto Alegre: EDUSC/Zouk, 2007.

    Comida como cultura | Massimo Montanari

    MONTANARI, M. Comida como cultura. São Paulo: Editora Senac, 2008.

    Mulher, raça e classe | Angela Davis

    DAVIS, A. Mulher, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2005.

    O processo civilizador: uma história dos costumes | Norbert Elias

    ELIAS, N. O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

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